"Vou Fazer de Mim um Mundo"
- Henrique Corrêa
- 16 de jun.
- 1 min de leitura
Primeiro solo da carreira de Zezé Motta. A peça é uma adaptação para teatro do livro “Eu sei porque o pássaro canta na gaiola”, de Maya Angelou, que se tornou um clássico por apresentar um tocante retrato da comunidade negra dos Estados Unidos durante a segregação racial dos anos 1930-1940.

O cenário intimista, criado pelo artista plástico Claudio Partes, traz uma plantação de algodão, nuvens e um livro, de onde brotam as palavras recitadas por Zezé. A iluminação de Aurélio de Simoni cria uma atmosfera que pinça memórias e afetos antigos.

A adaptação e a direção de Aquino abrem possibilidades para evocar a palavra, por vezes cadenciada como uma coreografia, por vezes como uma música, com notas espontâneas e improvisadas.

Ao longo da peça, dois músicos (Mila Moura e Pedro Leal David) multiplicam o palco, tocando arranjos exclusivos forjados no blues e suas variações. A trilha, porém, não se limita à atmosfera dos anos 30/40 do Sul dos Estados Unidos, abrangendo também artistas nacionais contemporâneos, como Dorival Caymmi, Luiz Melodia, Luiz Gonzaga, Milton Nascimento, Johnny Alf, Dona Clementina e Seu Jorge.
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